O negro sofria

Esquilo (Abada)

Preto vélho negro mandingueiro Já foi prisioneiro na escravidão Traz na péle a marca dos açoites O corpo surrado e cálo nas mãos

O negro sofria o negro sofria No chicote, no açoite, de dia de noite Bânzo e agônia

O negro sofria o negro sofria No tronco de madeira era castigado mas nada dizia

O negro sofria o negro sofria Mas o negro era forte e a beira da morte à dor resistia

Hoje em dia o negro libertado Não mais acôado pela escravidão Não esquece a dor do passado Traz o ódio guardado no seu coração

Preto vélho hoje conta estórias Senzala, chicóte, bânzo e agônia Nimguém pode imaginar O quanto esse negro sofria