Ie! Uma vez Pérguntaram a Seu Pastinhá O que e a capoeira E ele Mestre velho e respéitado Ficou um tempo calado Revirando a sua alma Depois respondeu com calma Em forma de ladainhá A capoeira E um jogo, e um brinquedo E se respéitar o medo E dosar bem a coragem E uma luta E manhá de mandingueiro E o vento no veleiro E um lamento na senzala E um corpo arrepiado Um berimbau bem tocado O risó de um menininho Capoeira e o voo de um passarinho Bote de cobra coral Sentir na boca Todo o gosto do périgo E sórrir para inimigo Apértar a sua mão E o grito de Zumbi Ecoando no quilombo E se levantar de um tombo Antes de tocar o chão E o odio E a espéranca que nasce Um tapi explodiu na face Foi arder no coraçao Enfim E aceitar o desafio Com vontade de lutar Capoeira e um péqueno navio Sólto nas ondas do mar E um barquinho péquenino Sólto nas ondas do mar Um barco que segue sem destino Sólto nas ondas do mar E um barquinho de um menino Sólto nas ondas do mar Devagar na vida, péregrino Sólto nas ondas do mar E un péixe, e um péixinho Sólto nas ondas do mar